Na Índia, tradicionalmente é assim: o sujeito escolhe um guru, faz «testes» até decidir se aquele guru é «o cara». Depos de decidir ele reza para ser aceito pelo guru. Se for aceito, fica até o fim da vida -- ou até obter moksha, o que o tira da condição de aprendiz, obviamente mantendo o carinho de gratidão.
(Parênteses: na Índia, «o cara» é o guru e guru é o indivíduo iluminado. Em boa parte do ocidente, «o cara» é quem acumulou informações sobre yoga, o que é bem diferente de ser iluminado. Isto é gravíssimo, pois (i) yoga é o caminho para sair da roda do sofrimento; (ii) quem não saiu do sofrimento, quem não tem o yoga para si, como pode oferecer aos outros?)
E no Brasil? Bem... O sujeito faz curso após curso. Muitos cursos, com várias pessoas e, de preferência, que abranjam todas as «novidades do mercado». Quando percebe que os conteúdos começaram a se repetir, assim como a sensação de "isto eu já sei", então ele próprio começa a oferecer cursos baseados naquela repetição que ele constatou.
Hoje as pessoas desse tipo são as multiplicadoras de uma tendência que começou a criar raízes cancerígenas desde os autodidatas De Rose e Hermógenes, que fizeram o mesmo (oferecer cursos tão logo surja a sensação de saber tudo) depois de ler vários livros de «yoga» em idiomas europeus.
As pessoas que querem ir além desta tendência vão à Índia, onde a situação não muda muito, porque a noção que elas têm de «guru» ainda é a noção ocidental. Assim, na Índia elas dispõem das seguintes alternativas:
1) Iyengar
2) Pattabhi Jois
3) Desikachar
4) Sivananda
Os três primeiros criaram métodos que são boas preparações para o yoga. O quarto aprendeu «hathayoga» com um guru vedantino da Smartha Sampradaya, a linhagem de Shankaracharya, que nada tinha a ver com yoga, muito menos com hathayoga.
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