O objetivo deste artigo é chover no molhado. Tudo o que vou dizer aqui a respeito do tema «yoga e moral» já é amplamente conhecido por quem estudou a tradição e por quem leu e entendeu as escrituras. Mas o assunto será novo para quem acredita que praticar yoga implica, exige, obriga, enfim, é o mesmo que adotar um comportamento social assim ou assado. Não, não é. Por redundante que possa parecer, o objetivo deste artigo é desmoralizar o yoga , não no sentido de degradá-lo, de torná-lo imoral, mas no sentido de resgatar sua dimensão amoral, de desconectar o yoga do moralismo que lhe foi artificialmente imposto. * Primeiro, precisamos entender o problema — que não é pequeno. Cerca de 100 anos atrás, quando o yoga começou a se tornar conhecido no Ocidente, os primeiros professores que vieram da Índia se depararam com uma cultura alheia às bases filosóficas e religiosas do yoga. Afinal, o yoga não foi feito nem por ocidentais nem para ocidentais e o que aconteceu foi um choque cultural —
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